PRÁTICAS DEVOCIONAIS: DESENVOLVENDO A NOSSA SALVAÇÃO

Paulo lembra-nos que para progredir na vida cristã devemos nos exercitar na piedade, “pois o exercício espiritual tem valor para tudo porque o seu resultado é a vida, tanto agora como no futuro” (1 Tm 4.7,8). Creio que o desenvolvimento da piedade se dá através das práticas devocionais. Elas nos permitem colocar-nos diante de Deus a fim de que por Ele sejamos transformados. O Rev. Elben L. César afirma que “as práticas devocionais abarcam todos os exercícios que produzem, aperfeiçoam e sustentam a perfeita comunhão do pecador salvo e redimido por Jesus Cristo com o próprio Deus. Elas acabam com a distância que há entre Deus e o homem e levam o crente ao ponto máximo da comunhão, tornando-o amigo de Deus”.  Assim, as práticas devocionais, são um meio de plantar no terreno do Espírito para que possamos colher a vida eterna. O agricultor não pode fazer germinar a semente, mas pode prover as condições necessárias para que ela se desenvolva. O cristão é como o agricultor e deve proporcionar as condições necessárias para que a vida cristã se desenvolva. Nosso objetivo, portanto, é examinar as práticas devocionais que a Palavra de Deus nos ensina para que possamos desenvolver a nossa salvação. Neste mês avaliaremos quatro práticas devocionais:
1. A Prática da Meditação
2. A Prática da Confissão
3. A Prática do Jejum
4. A Prática do Louvor

ESTUDO 1 - A PRÁTICA DA MEDITAÇÃO – Salmo 1.1-3

Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus. O apóstolo Paulo nos diz que “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16,17).  É por meio das Escrituras Sagradas que conhecemos a Deus, Sua vontade e propósitos para cada um de nós. Assim, o que se requer de nós cristãos é uma            disposição em ouvir o que Deus nos tem a nos ensinar. O Rev. Billy Graham afirma que “à medida que lemos e meditamos na Bíblia, o Espírito Santo – que inspirou a Bíblia, como sabemos – vai nos convencendo de pecados que precisam ser erradicados e nos dirige ao padrão de vida que Deus quer para nós. Sem a Palavra de Deus não pode haver crescimento espiritual duradouro”. A meditação era uma prática dos grandes servos de Deus. Isaque, Davi, Daniel, entre muitos outros, praticavam a arte de meditar (Gn 24.63; Sl 63.6; Dn 9.2). Contudo, observamos que a prática da meditação é uma arte esquecida em nossos dias. Devemos hoje nos juntar à tradição bíblica e uma vez mais aprender a arte da meditação.

O que é meditação?  
Meditação “é o ato de trazer à mente as várias coisas que se conhece sobre as atividades, os modos, os propósitos e as promessas de Deus; pensar em tudo isso, refletir sobre essas coisas e aplicá-las à própria vida” (J. I. Packer).  Em outras palavras, meditação é o processo que transfere a Palavra de Deus da mente para o coração. Esta é uma prática que objetiva nos conformar, no poder do Espírito, ao caráter de Cristo: 2 Co 3.18. Na meditação enchemos nossas mentes com as palavras, os atributos e os feitos do Senhor. Fp 4.8; Cl 3.1-4.

Passos práticos para a meditação
Aprendemos a meditar, meditando.
ü  Separe um momento diário para estar a sós na presença de Deus: Sl 119.97
ü  Valorize a qualidade e não a quantidade. “Você não precisa ler a Bíblia durante o ano, mas precisa ler a Bíblia com proveito o ano inteiro”.
ü  Sublinhe o que achar mais interessante. Faça anotações num diário, destacando a mensagem de Deus e sua aplicação em sua vida.
ü  Ore pedindo que Deus fale ao seu coração. Devemos nos aproximar da Bíblia como palavra pessoal de Deus para nós. 

ESTUDO 2 - A PRÁTICA DA CONFISSÃO – 1 João 1.5-9

     Uma vez que somos feitos novas criaturas em Cristo Jesus, somos exortados a crescer na graça e no conhecimento de Jesus. Portanto, nosso objetivo em apresentar esta série de estudos é ajudar-nos a desenvolver a esta nova vida. Na lição anterior vimos acerca da importância de meditarmos na Palavra de Deus. Hoje quero falar-lhes sobre “A Prática da Confissão”. O Rev. J. MacArthur nos lembra que “a confissão é sempre o modelo da vida do cristão e constitui uma das chaves essenciais para o crescimento espiritual”.

1. O Cristão e o Pecado.
a) O Cristão é alguém que foi liberto do domínio do pecado pela obra de Cristo. João no versículo 7 de nosso texto é enfático: “... e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”.  A Bíblia nos ensina que Jesus é Salvador (Mateus 1.21). Ele veio para salvar os homens do pecado, não somente das conseqüências do pecado – o inferno e o juízo – mas do próprio pecado. Não há salvação sem Jesus e Sua obra (1 Pedro 1.9; Apocalipse 1.5).
b) O Cristão é alguém que não vive na prática do pecado. Em 1 João 2.1, 2 o apóstolo fala-nos não de uma ação habitual, mas, sim, de atos individuais. “O cristão não vive continuamente no pecado, mas atos individuais de pecado ocorrem e estes precisam ser confessados”.  Quais as consequências do pecado na vida do cristão:

ü  Quebramos a comunhão com Deus: Is 59.2
ü  Há falta de prosperidade: Provérbios 28.13
ü  Sofremos enfermidades: Salmo 32.3,4

     “Aquele que encobre o seu pecado nesta vida o terá descoberto na próxima, e aquele que confessa a Deus nesta vida jamais o verá exposto no provir” – Lucas 12.2,3. Assim, o caminho para a restauração da comunhão com Deus é o caminho da confissão, do arrependimento. O cristão é alguém que reconhece a graça de Deus em sua vida e agradecido vive para O honrar.Ou nas palavras do Rev. J. MacArthur “afastamo-nos do pecado para não pisotearmos a Sua graça”.  




ESTUDO 3 - A PRÁTICA DO JEJUM – Mateus 6.16-18

Falar sobre o jejum não é muito comum. Contudo, esta é uma prática aprovada e aceita por Deus. O próprio Senhor Jesus, após apresentar a oração modelo, nos ensina acerca do jejum. Muitos ignoram este tema. O jejum é uma das disciplinas espirituais mais negligenciadas em nossos dias. Nosso objetivo é compreender o ensino de Jesus acerca deste tema para que possamos desenvolver uma vida cristã saudável.
O pastor John Piper nos ensina que o “anelo por Cristo precisa ser restaurado na confortável igreja do próspero ocidente. A ausência de jejum é indicativa do nosso conforto com a maneira como as coisas estão. Ninguém jejua para expressar seu contentamento. As pessoas jejuam quando estão insatisfeitas”.  Assim o jejum deve ser praticado para expressar a necessidade que temos de Deus e o desejo de vivenciarmos os valores do Reino. A prática do jejum não carrega em si nenhuma virtude inerente. Mas é uma representação do estado interior do cristão, como as palavras do salmista: “... a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, com terra árida, exausta, sem água” (Salmo 63.1). Jejuar é mostrar a Deus que humildemente espera-se por Ele.  
Jesus condenou o jejum como uma prática para se merecer o favor de Deus (Lucas 18.11,12) ou como uma ostentação da piedade (Isaías 58.1-6). Jejuar é deixar de praticar a própria vontade, para se deleitar na vontade de Deus.

Algumas diretrizes para jejuar:
*      Jejue com o propósito de se afastar de outras coisas para poder se concentrar plenamente em Deus.
*      A prática do jejum não deve colocar em risco a saúde do praticante. O nosso corpo é templo do Espírito Santo. Temos que possuir corpos saudáveis, mesmo praticando o jejum. Há vários tipos de jejum: a) jejum completo por períodos pequenos; b) só tomar água ou suco; c) não comer certos tipos de comida; d) não praticar certos tipos de atividades ou recreação.
*      O princípio bíblico é não tornar público o nosso jejum. Devemos evitar o alarde orgulhoso

Lembre-se que o jejum é uma experiência básica do nosso relacionamento de amor com Jesus Cristo. Mateus 5.6.