terça-feira, 23 de novembro de 2010

O QUE É QUE VOCÊ TEM EM CASA?

O que é que você tem em casa? Esta foi a pergunta do profeta Eliseu a uma mulher viúva que enfrentava sérios problemas (2 Reis 4.1-7). Seu marido, da escola de profetas, havia morrido e um cobrador queria levar seus filhos como escravos a fim de quitar a dívida. Em seu desespero, a mulher busca alguém que possa ajudá-la. Vai ao encontro de Eliseu, o profeta de Deus. A resposta vem em um tom desanimador: “Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite”. Deus, através de Eliseu, realiza um grande milagre na vida daquela família. O profeta pediu que ela conseguisse emprestadas vasilhas vazias com seus vizinhos e multiplicou o azeite, enchendo todas as vasilhas conseguidas e com a venda do azeite pode pagar suas dívidas e garantir sua aposentadoria (v.7). A primeira lição que aqui aprendemos é que Deus usa o pouco que temos e o transforma em bênçãos. Basta, para isto, colocarmos este pouco à Sua disposição. Certa ocasião alguém afirmou acertadamente que “Deus não exige o que não temos”. Isto me faz lembrar uma ocasião em que Jesus usou cinco pães e dois peixinhos para alimentar uma multidão. Era tudo o que aquele menino dispunha no momento e ele o colocou a disposição de Deus e Deus agiu! O que pensamos ser pouco para nós, é suficiente para Deus. Outra lição a aprender é que muitos milagres que ocorrem em nossas vidas são pessoais. É atrás da porta fechada que nosso coração se enche com a presença de Deus. É na intimidade do Senhor, quando abrimos nosso coração a Ele, é que ouvi- mos a sua voz e aprendemos lições preciosas para o nosso caminhar na vida cristã. Você tem momentos a sós com Deus? Lembre-se que a intimidade do Senhor é para os que o temem e o buscam. Que nós possamos entregar o pouco que temos nas mãos de Deus, consagrando-lhe tudo o que somos e tudo o que temos. Certamente Ele nos abençoará e nos usará para abençoar os que nos cercam.

Pastoral do dia 21.11.10

NOVOS MEMBROS

"Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos". Com estas palavras Lucas descreve a maneira pela qual a igreja primitiva crescia. O crescimento é sobrenatural, é Deus quem o dá. Com isso não queremos afirmar que a igreja não tem nenhuma responsabilidade. Cabe a ela pregar o Evangelho da graça de nosso Senhor Jesus Cristo com autenticidade, não só com palavras mas com a vida. Perseveraram no ensino apostólico, evidenciaram o amor fraterno através da comunhão cristã e testemunharam do poder de Deus com sinais e maravilhas e, consequentemente, o Senhor os abençoou acrescentando os que iam sendo salvos. A Bíblia compara a obra da evangelização ao plantio na agricultura. Ao semeador cabe preparar o solo, lançar a semente, cuidar para que a mesma se desenvolva num solo limpo, livre de pragas, no entanto, não pode fazer a semente crescer, é Deus quem o faz. Conscientes de sua responsabilidade, a Igreja Presbiteriana de Bebedouro tem se empenhado na proclamação do Evangelho de Deus e graciosamente temos sido abençoados com a recepção de novos membros. No dia 07 de novembro recebemos por pública profissão de fé e batismo os irmãos Moacir, Ana Paula e Ana Beatriz (filha do casal). Bendito seja o nosso Deus!
Que possamos continuar anunciando que só há salvação em Jesus, na certeza que Deus agirá com sinais e prodígios, salvando aqueles a quem Ele já separou antes da fundação do mundo.

domingo, 14 de novembro de 2010

A MENSAGEM DE ISAÍAS

Todo o conteúdo do livro de Isaías é fruto de uma visão. Isto é, Isaías nos informa que é um profeta e que a mensagem não foi criada, inventada por ele, mas, sim, é a Palavra que o Senhor lhe falou. Surge, então, a questão: O que o Senhor falou? Qual a mensagem proclamada da parte do Senhor? Creio que a mensagem é uma só em todo o livro. Apesar de ser um livro extenso com 66 capítulos há uma única mensagem permeando todo livro. “Isaías escreveu para explicar a causa dos problemas e o único caminho de saída” [1]. O povo de Deus achava-se em dificuldades por não ouvir a voz do Senhor, por ser indiferente a proclamação profética. Deus afirma que as coisas piorariam se continuassem assim e seriam levados cativos, mas, em Sua infinita misericórdia, haveria de salvá-los. A mensagem proclamada pelo profeta inicia-se com a convicção de pecados. “Deus nos coloca frente a verdades que são demasiadamente desagradáveis para nos salvar” [2]. Era preciso fazer com que o povo de Deus se conscientizasse que a razão da sua condição atual era o seu próprio pecado. Há um ensino significativo aqui para a igreja em nossos dias em sua tarefa evangelística. É preciso fazer com que os homens e mulheres se conscientizem de seus próprios pecados para lhes apresentar as boas novas em Cristo Jesus. Lloyd-Jones afirmou que “as pessoas não acreditarão no Evangelho enquanto não perceberem que precisam dele”[3]. A nação deveria ser levada a entender sua necessidade. Assim o povo é descrito primeiramente como um filho rebelde. Deus falou e os céus e a terra são testemunhas de Sua queixa. A queixa de Deus é a de um pai que criou seus filhos com todo empenho e eles se rebelaram contra Ele. “Criei filhos e os fiz crescer, mas eles se revoltaram contra mim”. Essa é a essência do pecado. “Pecado não é primeiramente uma questão de ações ou de atos. A coisa realmente séria com respeito ao pecado é que ele indica uma atitude errada para com Deus. É isso que faz das pessoas pecadoras...” [4].

O povo de Deus também é descrito com um filho insensato. Insensato significa tolo, néscio. “O boi reconhece o seu dono, e o jumento conhece a manjedoura do seu proprietário, mas Israel nada sabe, o meu povo nada compreende”. O verbo compreender tem a idéia de “sabedoria prática”, sensatez. O povo não está usando de bom senso em sua maneira de viver. E assim a nação de Deus é pior do que o boi e o jumento. Observem o que afirma o Dr. Lloyd-Jones:

Por que vocês acham que Isaías escolheu o boi e o jumento? A resposta óbvia é que, de todos os animais, eles são os mais estúpidos. De entre todas as criaturas do universo eles são os mais obstinados e difíceis de se tratar. Por isso Isaías tomou o boi e o jumento para estabelecer este ponto. Até o boi e o jumento conhecem seu dono e a manjedoura de seu dono. Apesar de obtusos e estúpidos, como eles são, eles têm instinto que faz com que reconheçam seu dono. É muito difícil conduzir um boi; um jumento por vezes parece ser irremovível. Vocês podem puxar, empurrar e bater num jumento e ele não se move, mas, quando está com fome e vê seu dono chegar com uma vasilha, ele se apressa imediatamente ao seu encontro! O boi e o jumento obedecem a seu instinto; eles querem a comida e observam a pessoa que traz a mesma. Eles parecem ser tão obtusos, estúpidos e desatentos, incapazes de reagir a qualquer tipo de persuasão, porém quando se trata de comida e sustento, eles imediatamente obedecem à lei de seu ser e se apressam a consegui-lo. Mas homens e mulheres não fazem assim! Eles são mais tolos que um boi ou um jumento! [5]

Esta insensatez é observada pelo fato do povo não e importar com o que Deus lhes diz através de seus profetas. Acham quem são capazes de viverem por si só, sem a direção de Deus. Não foi este o problema dos nossos primeiros pais? Ao comerem do fruto proibido, dando ouvidos à serpente, não se rebelaram contra Deus como se julgaram capazes de dirigir seus próprios destinos sem a orientação de Deus. O povo de Deus é descrito como um filho enfermiço. A nação está doente, enferma. “Da sola do pé ao alto da cabeça não há nada são; somente machucados, vergões e ferimentos abertos, que não foram limpos nem enfaixados nem tratados com azeite”. E a causa destas chagas é o pecado, a iniqüidade.

Esta é a descrição da nação de Deus nos dias de Isaías. É também a descrição do homem diante de Deus: rebelde, insensato e doente. E nesta condição somos incapazes de fazer algo em nosso favor. O profeta Isaías quer conduzir tanto os seus primeiros leitores como nós hoje a colocar toda a nossa esperança na obra da redenção divina. O caminho para alcançar a redenção é o caminho da convicção de pecados e do arrependimento. O que é redenção? Compreender seu significado é compreender como Deus nos salva. Redenção traz a idéia de pagamento, de resgate. A Bíblia nos diz que o homem tornou-se escravo do pecado. O pecado é o nosso senhor. Só nos livramos deste senhorio mediante o pagamento, o resgate. Deus pagou o preço do nosso resgate na cruz de Cristo (Tito 2.13,14). Em Cristo somos libertados, somos livres. O caminho que nos leva a redenção é o do arrependimento. Se não optarmos pelo arrependimento seremos consumidos. Se nos arrependermos seremos salvos.


[1] O Caminho de Deus, não o nosso, p. 9.

[2] Ortlund Jr, R. C. Isaías: Deus Salva Pecadores, p. 30.

[3] Op. cit., p.29.

[4] Lloyd-Jones, D. M., Op. cit., p.31.

[5] Op. cit., pp. 37-38.