sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A SANTIDADE É O PRINCÍPIO CHAVE

O plano das Escrituras para a vida de um cristão é duplo: primeiro, que sejamos instruídos na Lei para amar a retidão, porque por natureza, não estamos inclinados a fazê-lo; segundo, que aprendamos umas regras simples porém importantes, de modo a não desfalecermos nem nos debilitarmos em nosso caminho. Das muitas recomendações excelentes que a Escritura faz, não há nenhuma melhor que este princípio: “Sede santos porque Eu Sou Santo”. Quando andávamos espalhados como ovelhas sem pastor, e perdidos no labirinto do mundo, Cristo nos chamou e nos reuniu para que pudéssemos nos voltar a Ele. Ao ouvir qualquer menção de nossa união mística com Cristo, deveríamos recordar que o único meio para desfrutá-la é a santidade. A santidade não é um mérito por meio do qual podemos obter a comunhão com Deus sem um dom de Cristo, o qual nos capacita para estarmos unidos a Ele e segui-Lo. É a própria glória de Deus que não pode ter nada a ver com a iniqüidade e a impureza; portanto, se queremos prestar atenção à sua exortação, é imprescindível que tenhamos este princípio sempre presente. Se no transcurso de nossa vida queremos seguir vinculados aos princípios mundanos, para que então fomos resgatados da iniqüidade e da contaminação deste mundo? Se desejamos pertencer a Seu povo, a santidade do Senhor nos admoesta a que vivamos na Jerusalém santa de Deus. Jerusalém é uma terra santa, portanto, não poder ser profanada por habitantes de conduta impura. O salmista disse: “Senhor, quem habitará em teu tabernáculo? Quem morará em teu monte santo? O que anda em integridade, faz justiça e fala a verdade em seu coração”. O santuário do altíssimo deve manter-se imaculado.

João Calvino


sábado, 11 de setembro de 2010

CRESCENDO NAS ADVERSIDADES

Cortland Myers escreveu que “a mais fina porcelana do mundo é queimada pelo menos três vezes, e algumas mais de três vezes. A de Desdren sempre é queimada três vezes. E por que passa por esse calor intenso? Uma ou duas deveriam ser suficientes. Não, aquela porcelana precisa ser queimada três vezes para que os adornos de ouro e carmesim fiquem mais belos e se fixem nela permanentemente. Em nossa vida somos trabalhados segundo o mesmo princípio. Nossas provações ardem em nós uma, duas, três vezes. E pela graça de Deus as cores mais belas são nelas gravadas, e se fixam para sempre”. Quanta verdade há nesta declaração! Às vezes, como é próprio da natureza humana, nos queixamos dos nossos fardos e das tribulações que enfrentamos. Por que tenho que passar por tudo isso de novo? Esta é a indagação que fazemos. Alguns valores e princípios da vida cristã precisam ser trabalhados em nós e Deus usa as adversidades para imprimi-los em nós. Deus está nos transformando na imagem de Seu Filho. O fruto do Espírito está se desenvolvendo em nós. Muitos ao verem nossas dores nos acusam de estarmos em pecado, tal como os amigos de Jó. Para estes nossos sofrimentos são evidências de perdição, mas, com afirmou o apóstolo Paulo, na verdade são provas da nossa salvação(Fp 1.28). Nossas tribulações têm um caráter didático. O nosso Pai deseja que aprendamos algo a fim de que possamos viver de modo digno do Evangelho de Cristo. A teologia da prosperidade, tão difundida em nossos dias, descarta o ensino que obtemos através do fogo ao proclamar que devemos determinar a Deus que nos livre do mal. Lembremos que nos “foi concedida a graça de padecermos por Cristo e não somente de crerdes nele” (Fp 1.29). Se o próprio Filho de Deus “aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hb 2.8), quanto mais nós pecadores. Portanto, não devemos murmurar e, sim, glorificarmos a Deus, pois Ele está trabalhando em nós para nos apresentar perante Ele perfeitos, sem máculas e nem rugas. Que possamos crescer em meio as nossas adversidades e, como o salmista, dizer: “Foi me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teu decretos” (Salmo 119.71).

Pastoral do Boletim de 12/09/2010