sábado, 19 de fevereiro de 2011

DISCERNIMENTO - Jeremias 7.1-15

Assistimos hoje um crescente número de evangélicos em nosso país. Ser crente, ou mais especificamente ser gospel, está na moda. Contudo, qual impacto que este crescimento tem causado na sociedade brasileira? Quais mudanças têm-se observado?

Thomas Kempis declarou:

Há muitas pessoas hoje que amam o reino celestial de Jesus, porém poucas que carregam a sua cruz; muitas ansiando por conforto, mas poucas que suportam sofrimentos. Longa é a fila das pessoas que compartilham de seu banquete, porém curta é a fila dos que compartilham de seu jejum. Todos desejam tomar parte em seu júbilo, mas somente poucos estão dispostos a sofrer por sua causa. Há muitos que seguem a Jesus até o partir do pão, poucos quando o momento é de beber o cálice do sofrimento. Muitos que reverenciam seus milagres, poucos que seguem na indignidade de sua cruz. Com base na mensagem de Jeremias à Judá nos dias da reforma religiosa imposta pelo rei Josias o nosso objetivo é:

1. Avaliar a nossa fé com base no impacto que causamos nas pessoas que nos cercam;

2. Estimular a vivenciarmos um cristianismo autêntico como Jeremias.

I. Jeremias

Josias tornou-se rei aos 8 anos de idade e em seu reinado observamos um rei que se preocupou em obedecer a Deus. Josias era aproximadamente da mesma idade de Jeremias. Era filho de Amom e neto de Manassés. Tanto seu pai como seu avô fizeram “o que é mau perante o Senhor”. E. Peterson observa que “Manassés foi o pior dos reis a reinar sobre os hebreus. Ele foi um homem totalmente mau à frente de um governo completamente corrupto. Ele reinou em Jerusalém por 55 anos, uma metade de século maligna e sombria”.

Þ Ele incentivou a prática de cultos pagãos

Þ Ele instituiu prostitutas em santuários espalhados por todo o país

Þ Ele importou mágicos e feiticeiros 2 Reis 21.5,6

Þ Amom andou nos caminhos de seu pai: 2 Rs 21.20, 21

“Jeremias nasceu na última década do reinado de Manassés. Este era o mundo onde Jeremias aprendeu a andar, falar e brincar. Não há como imaginar um lugar pior e mais impróprio para uma criança crescer. Era uma sociedade completamente pervertida”.

II. As reformas de Josias

Deus usou Josias para trazer vida nova ao povo de Deus. Ele começou a restauração por uma faxina completa no templo. As vidas das pessoas são reflexos do culto que praticam. Por mais de 55 anos, a violência e a luxúria nas dependências da casa do Senhor, ultrapassaram os limites daquele local e corromperam as vidas, ruas e lares da nação. Encontrar o livro de Deuteronômio foi fundamental para que as reformas ocorressem. Embora tenha sido a profetisa Hulda a interpretar a Lei do Senhor ao Rei e não tenhamos muitos indícios da participação de Jeremias nessa reforma, não creio que ele tenha ficado como um mero espectador. Encontramos fragmentos de alguns de seus sermões: Jr 3.2. Jeremias rogava ao povo: Jr 4.3; 4.30 e 6.16. “A pregação de Jeremias foi incansável na divulgação desta verdade óbvia e cristalina: que Deus está entre nós, que podemos e devemos viver em amor fiel a Ele”.

III. Apenas uma reforma superficial

Logo após o término da reforma, Jeremias pode perceber que tais mudanças fora apenas de fachada, sem profundidade. Tudo parecia ter mudado, mas, na essência, nada realmente mudara. Tanto é verdade que, após a súbita morte de Josias, os velhos males que o rei eliminara voltaram nos dias de Jeoacaz.

Conclusão

Palavras são importantes. O que dizemos e a maneira como dizemos expressa o que há de mais pessoal em nós. Mas a repetição irrefletida de palavras sagradas não cria um relacionamento pessoal. “Ir à igreja para cantar hinos não nos torna mais santos como, da mesma forma, ir a uma cocheira e relinchar não nos transforma em um cavalo”. O exterior é muito mais fácil de se reformar do que o interior. Ir à igreja e declamar diante das pessoas as palavras certas é muito mais fácil do que desenvolver uma vida de justiça e amor entre pessoas com quem trabalhamos e vivemos. Aparecer na igreja uma vez por semana e repetir “Amém!” com entusiasmo é bem mais fácil do que se engajar em uma vida diária de oração e meditação na Palavra de Deus, que se transforma numa atitude de envolvimento e cuidado com a pobreza e a injustiça, a fome e a guerra. Vivemos em uma cultura onde um recomeço é muito mais atraente do que uma dedicação longa e persistente sem fraquejar.

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